Tamanho importa?

Esse é um assunto para todos e todas que querem desconstruir o pensamento de que o tamanho do pênis é a maior representação de masculinidade, virilidade ou prazer sexual.

Afinal, já citamos pro aqui que sexo gostoso é aquele que tem encaixe, tesão, orgasmos e é desprendido de crenças limitantes.

Culturalmente e socialmente, homens cisgêneros são mega condicionados a acreditarem que o tamanho do pênis é a maior representação da sua masculinidade. 

O falocentrismo, a pornografia a falta de educação sexual são fatores que contruibuem para essa visão tão plástica, que influencia tão negativamente a sexualidade das pessoas e que reforça que o genital masculino precisa ser grande.

O falocentrismo, segundo a sexóloga Luísa Miranda, significa uma espécie de culto ao pênis. “Há um pensamento de que sexo se resume à penetração, o que, automaticamente, dá poder sexual exclusivo ao homem”.

Falamos também aqui, como a indústria pornográfica contribui para reforçar a ideia da masculidade tóxica, da plasticidade do sexo e da perfomance irreal. 

“Nos filmes, o prazer masculino está diretamente ligado ao pênis e seu tamanho, e à ejaculação. Isso influencia na manifestação da sexualidade, porque se o homem é ensinado a acreditar no roteiro pornográfico como o certo, quando ele não consegue ter aquele comportamento ele se frustra e se sente menos homem”, aponta Luísa.

Outro ponto que achamos super importante de conversar, é que a pornografia por si só não é o único vilão dessa construção. Falta ainda muito para que uma educação sexual de qualidade seja acessível para todos e todas.

Segundo a Luísa, "a educação que deveria existir por trás do filme, não existe. Quando vemos um filme de super-herói, sabemos que aquilo não é real porque nos ensinaram que não era real." Já com a pornografia acontece o contrário, a sociedade a vende como um modelo a ser seguido”.

Vamos desaprender esses ensinamentos juntos e juntas?

Prazer sexual é sobre encaixe e liberdade

Já percebeu que o transbordante de transar é experimentar todas as potencialidades do seu corpo e do corpo da outra pessoa?

Sexo vai muito além do entra e sai da penetração. Explorar as zonas erógenas como mamilos, nuca, atrás da orelha, ânus e pés, entre diversas outras, é a melhor forma de mergulhar num universo infinito de prazer.

Segundo a ginecologista Renata Gobato, “para alcançarmos a satisfação sexual precisamos nos atentar não ao tamanho do pênis, mas a diversos outros fatores. É fundamental conhecer bem o nosso corpo, entender o que nos dá prazer, relaxar e tornar o momento do sexo algo prazeroso e não obrigatório”.

Por isso, é tão importante abandonar essa fixação com o tamanho do pênis, sabe? Isso restringe nossas relações, contribui para a manutenção de crenças limitantes e não permite que a criatividade do sexo vibre com liberdade. 

E esse pensamento é para ser desconstruído por todos e todas. Quem tem pênis ou não. 

Outro ponto, é que transar com uma pessoa com pênis grande pode não ser tão satisfatório assim, porque existe a possibilidade de causar desconforto no sexo anal, vaginal ou oral.

Para relações heterossexuais, o orgasmo em corpos com vulva geralmente é através do estímulo clitoriano, o que significa que, necessariamente, essas pessoas não precisam da penetração para atingir o clímax. 

Para as relações homoafetivas, a hipervalorização do tamanho do pênis e do homem ativo podem ganhar traços de preconceito, reproduzindo o estereótipo e o machismo presente na nossa sociedade.

Todo corpo é único, precisamos celebrar essa singularidade. Não idolatrar as pessoas pelo tamanho do seu genital é questionar esses conceitos ultrapassados, se ver livre do falocentrismo e ampliar o nosso olhar para o que é gostoso de verdade: sexo com encaixe, com liberdade e muito desejo. 

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